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Seu Ico!

Com quem o senhor aprendeu sobre o poder das plantas medicinais?

Aprendi tudo com meu pai que tinha grande conhecimento sobre plantas medicinais. Ele também era farmacêutico, trabalhava com remédios industrializados.

Então o senhor seguiu os passos de seu pai?

Não, a única coisa que herdei de meu pai foi o conhecimento das plantas. Meu pai era um homem muito inteligente, gostava de ler, escrever e tinha uma caligrafia linda que nunca vi uma tão perfeita! Pena que não guardei nenhum papel que ele escreveu para te mostrar.

Com todo seu conhecimento, as pessoas procuram o senhor em busca de plantas para curar doenças?

Vem sim! Mas as pessoas devem aprender que o tratamento com plantas raramente tem um resultado imediato. Ele tem que ser feito na quantidade certa e da forma correta. Não se tem resultados da noite para dia, é preciso que as pessoas respeitem a natureza.

Como o senhor vê a situação de descaso do homem com a natureza ?

Com muita preocupação, o homem ainda não percebeu que a natureza nos dá tudo que precisamos. É importante respeitar e conservá-la.

Qual é o conselho que o senhor daria às pessoas para conservar a natureza?

Devemos preservar e conservar a todo custo as nascentes dos rios, pois a água é o combustivel que move a terra. É através do leito do rio que a natureza começa a se desenvolver. Acredito que o planeta deveria se chamar Água ao invés de Terra. Você vê, a água está acabando no maior rio do mundo, nunca imaginei que o rio Amazonas pudesse secar tanto. Mas esta é a prova de que é preciso conservar as nascentes e as matas ciliares.

Qual era realmente sua profissão?

Bem, eu sou de uma época que se fazia de tudo. Trabalhava na igreja, na minha roça, na de outras pessoas. Não podia ficar parado, dinheiro era muito dificil de se ganhar.

 

Você trabalhou na Matriz do Rosário?

Sim, eu fui sineiro e zelador da igreja durante 35 anos.

Então foi um choque quando o senhor viu a Matriz pegar fogo em 2002?

Fiquei triste, mas não fiquei chorando. O que passou, passou. Temos que olhar pra frente. A vida deve ser como uma caixa de abelhas. Quando jogam uma pedra na colméia hoje, amanhã você vai ver as abelhas reconstruindo tudo. Assim tem que ser. Então não devemos lamentar e sim buscar reconstruir o que foi perdido.

A Matriz do Rosário está sendo reconstruída com sinos novos comprados em Minas. O senhor já os tocou?

Sim, fui chamado para tocar assim que foram colocados. Mas ao chegar, vi que eles estavam nas posições invertidas, falei com os reponsáveis e foram consertadas as posições. Mas os dois têm um bom som, acho que vai ficar legal.

Como o senhor recebeu o convite para fazer um filme sobre seus conhecimentos de plantas medicinais?

Fiquei muito feliz com o convite e o interesse do diretor Ângelo Lima, pois através desse vídeo as pessoas podem voltar a atenção para a importância das plantas e da preservação da natureza.

Qual foi a sensação de saber que o filme feito sobre sua vida havia sido premiado?

Gostei muito do filme ser premiado. Mas não gostei de me ver na tela!

Por quê?

Não gostei de ver meu rosto feio naquela grande TV. Não gosto de ver e nem que falem de mim, prefiro que falem de outras pessoas.

Então sua experiência com o cinema ficou somente no filme Icologia?

Não! Eu fiz um pequeno filme chamado Desprezado por Helena, que conta a história de um homem que se apaixona por uma mulher e ela o abandona e vai morar em outra cidade.

E o filme tem data para ser lançado?

Ele já foi lançado. Eu mandei convite para várias pessoas assitirem a estréia do filme em minha casa. Mas apenas dois amigos vieram assistir.

E isso te desanimou?

Nada, estou fazendo o roteiro para um outro filme, que vai falar sobre a história das cantigas. E nele eu cantarei e tocarei essas músicas de minha infância e outras que eu mesmo fiz.

Então o senhor canta e toca algum instrumento?

Sim, canto e toco gaita, teclado e tambor de congo. Inclusive fiz uma canção no teclado em homenagem a Santa Maria e cantei ela algumas vezes para alguns amigos e eles gostaram.

Como o senhor descobriu o amor pela música?

Em 1939 o rádio chegou em Pirenópolis no teatro da cidade. Pedi a minha avó um conto de réis para ver o tal caixote falante, ela me deu e foi paixão à primeira vista. Eu fiquei encantado com aquele caixote que ria, chorava, e cantava. E eu procurava em volta do rádio para ver se tinha alguém dentro daquele caixote.

Qual foi a primeira música que você ouviu no rádio?

Na verdade não estava tocando música, só estava dando notícias.